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Leitura significativa: relacionando significados

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Realizar uma leitura, mais do que passarmos nossos olhos sobre palavras e textos, é construir um novo universo através daquilo que conseguimos enxergar além do que é visível. Complicado? Nem tanto! Vou explicar!

Ler é conseguir transformar palavras em objetos nos quais conseguimos referência para aquilo que podemos entender como conhecidos, possíveis de serem relacionados com algo que nos é familiar, ou faz sentido.

Ler é trazer para nosso mundo individual pedacinhos de mundo visto pelas demais pessoas, mas que para nós mesmos, em nosso universo particular, tornam-se uma outra atmosfera, outro espaço de conhecimento/assimilação.

Assim, em minhas memórias de leituras infanto-juvenis, trago o livro Pollyanna (Eleanor H. Porter). Foi uma história que marcou muito minha vida, houve identificação pelo fato de ser ela uma menina e trazer uma proposta de filosofia de vida simples e importante: o Jogo do Contente. Não era um jogo, estruturado ou de videogame, longe disso! Mas um jogo com o pensamento: ver sempre o lado positivo das coisas, dos fatos e não ater-se ao lado ruim, desesperançador. A menina diante de adversidades da vida, arranjou em si, uma maneira de viver feliz, lidando com situações difíceis, mas com uma perspectiva otimista, positiva mesmo.

Dia desses, conversando com minha filha, comentei sobre o livro, seus propósitos e mensagens. Minha menina está com seis anos, ainda uma leitora iniciante. Considero o momento dela adequado para livros com volume pequeno de texto escrito - tendo em vista o processo de compreensão e o próprio esforço necessário para acompanhar longas histórias, fato que ela cansaria cedo e não obteria o melhor proveito de uma leitura extensa. Bem, por estes motivos, ainda não aproximei-a do livro Pollyanna, mas percebi que ela ficou interessada e aparentemente havia gostado do que escutou sobre o mesmo.




Nesta semana, para minha surpresa, a filha relatou que em aula (na escola) havia trabalhado com um livro chamado: Orelhas de Mariposa ( Luisa Aguiar e André  Neves, Callis, 2008). Comentou comigo que a história estava relacionada com bullying, mas a Mara (personagem do livro) fazia o jogo do contente da Pollyanna.




Conversamos sobre ambas as obras referidas e fui então, reler o Orelhas de Mariposa com ela, questionando a interpretação que ela dera.

Por estas razões que descrevi bem no início deste texto, e por estas situações apresentadas é que sinto orgulho imenso em trazer para meus filhos um pouco de minha experiência como leitura infantil, infanto-juvenil e então agora adulta, poder reviver este passeio literário através dos livros da infância deles.

É importante podermos ir e voltar no tempo através dos livros e com eles transitarmos nestes universos: sejam os construídos por uma criança que lê um tempo passado(mas sempre presente e futuro), seja por um adulto que nos braços do presente, evoca um passado de viagem literária. E acena para que mais uma vez, um novo espaço seja aberto, novos universos sejam lidos e significados, sempre pelas possibilidades que cada leitor tem de imprimir em suas leituras, suas capacidades de relacioná-las com mais e novos conhecimentos.


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